Dados do mercado de trabalho vão mudar o panorama do FED?

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Dados do mercado de trabalho vão mudar o panorama do FED?

Confira a análise de Gustavo Nunes sobre o payroll dos EUA. 

Gráficos de relatório. Foto: our-team/Freepik.
O último relatório de emprego nos Estados Unidos, divulgado na sexta-feira, 5, surpreendeu positivamente, mas será suficiente para alterar a abordagem do Federal Reserve em relação às taxas de juros? Os números revelam uma criação de 216 mil empregos em dezembro, superando as expectativas dos economistas. A taxa de desemprego permaneceu estável em 3,7%, e o rendimento médio por hora aumentou 4,1% em relação ao ano anterior, superando as previsões de 3,9%.

O mercado de trabalho norte-americano mostra resiliência, desafiando as preocupações de uma desaceleração econômica. A questão que se impõe é se esses dados robustos serão suficientes para levar o Federal Reserve a manter suas taxas de juros elevadas, visando conter a inflação e moderar o crescimento econômico.

Embora os números sejam encorajadores, uma análise mais detalhada revela nuances importantes. A revisão em baixa dos números de emprego de outubro e novembro sugere um mercado de trabalho mais fraco do que se esperava no último trimestre de 2023. Além disso, ao considerar o crescimento anual de empregos em 2023, que totalizou 2,7 milhões, fica claro que houve uma desaceleração significativa em comparação com os 4,8 milhões de empregos adicionados em 2022.

O índice de serviços ISM de dezembro, que mede a atividade empresarial, também apresentou sinais de desaceleração, ficando em 50,6%, quase dois pontos percentuais abaixo das expectativas e da leitura de novembro. Isso sugere que, embora haja crescimento no setor de serviços, ele está ocorrendo em um ritmo mais lento.

Os ganhos modestos registrados pelo mercado de ações na sexta-feira, apesar do impacto positivo dos números do emprego, refletem a cautela dos investidores. O S&P 500, o Dow Jones Industrial Average e o Nasdaq Composite apresentaram aumentos marginais, mas não foram suficientes para evitar a primeira semana negativa das últimas 10. Durante a semana, o S&P caiu 1,52%, o Dow perdeu 0,59% e o Nasdaq teve sua maior queda desde setembro, recuando 3,25%.

A expectativa agora se volta para o relatório do índice de preços ao consumidor de dezembro, e que vai ser divulgado nesta quinta-feira, 11, que pode influenciar os mercados. Os investidores aguardam ansiosos por sinais de inflação mais moderada, buscando um catalisador positivo para impulsionar os mercados em meio a um cenário de incertezas. O Federal Reserve, por sua vez, observará atentamente os indicadores econômicos enquanto decide sobre a trajetória das taxas de juros. O panorama econômico e a resposta do FED continuarão a ser pontos cruciais para os mercados financeiros nas próximas semanas.

*Gustavo Nunes é Analista CNPI-T 3656.

Disclaimer: O portal Money Now News não faz recomendações de investimentos, nem de compra nem de venda. As informações contidas em nossas reportagens não refletem a opinião do veículo, trazem fatos do universo econômico e replicam falas de pessoas com conhecimento e experiência no mercado. Se você não tem experiência, não opere. 

 

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Quinta, 09 Mai 2024

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