Após abrir em queda, o índice brasileiro avançou 1,06% e encerrou aos 145.593 pontos; mercado avalia Selic estável e tensões políticas nos EUA
O Ibovespa abriu esta quinta-feira, 18, em leve queda de 0,15%, aos 145.372 pontos, por volta das 10h35. Logo no início dos negócios, chegou à máxima de 145.638 pontos. O movimento foi reflexo da decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) de reduzir os juros americanos em 0,25 ponto percentual.
Apesar do início negativo, o índice brasileiro se recuperou e encerrou o dia em alta de 1,06%, atingindo o recorde de 145.593 pontos. Nos Estados Unidos, os índices futuros operaram no campo positivo durante a manhã: o Dow Jones avançava 0,07%, o S&P 500 subia 0,41% e o Nasdaq registrava alta de 0,86%.
No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano, decisão amplamente esperada. O comunicado, no entanto, veio com tom mais rígido, sinalizando que os juros devem permanecer elevados por um período prolongado, mesmo com sinais de desaceleração da inflação em 2025 e melhora no câmbio. O Banco Central também destacou preocupação com o impacto das tarifas de importação implementadas pelo governo de Donald Trump.
No campo político, a Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira, 16, a chamada PEC da Blindagem, que cria novas regras para investigação de crimes cometidos por parlamentares. A proposta segue agora para votação no Senado. Na quarta-feira, foi aprovado o regime de urgência para um projeto de lei que concede anistia a envolvidos em atos antidemocráticos.
Dólar e volatilidade
O comportamento do dólar é um dos pontos de atenção desta quinta-feira. Na sessão anterior, a moeda americana encerrou com leve alta de 0,06%, cotada a R$ 5,30, após cinco quedas consecutivas. Apesar disso, analistas projetam nova queda para a divisa. A incerteza política e econômica nos Estados Unidos, no entanto, pode gerar volatilidade e aumentar a busca por proteção cambial.
Indicadores de comércio exterior
Dados do Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX) da FGV mostram que, em agosto, as importações caíram 2% na comparação anual, primeira retração desde abril de 2024. As exportações continuaram crescendo na base mensal, mas, no acumulado do ano até agosto, o avanço das importações, em valor e volume, segue superior ao das exportações.
Mercados internacionais
A decisão do Fed impulsionou as bolsas asiáticas. No Japão, o Nikkei 225 subiu 1,2% e o Topix avançou 0,41%. Na Coreia do Sul, o Kospi registrou alta de 1,40% e o Kosdaq, 1,37%. Na Índia, o Nifty 50 e o Sensex subiram 0,37% e 0,39%, respectivamente.
Na direção contrária, Austrália e China tiveram quedas. O S&P/ASX 200 caiu 0,83%, pressionado pelo recuo de mais de 11% da petroleira Santos, após a desistência de compra por uma companhia de Abu Dhabi. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,38%, enquanto o CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen, recuou 1,16% após reguladores proibirem a compra de chips de inteligência artificial da Nvidia.
Na Europa, as bolsas operaram em alta pela manhã. Por volta das 10h (de Brasília), o CAC 40, da França, subia 0,83%, o DAX, da Alemanha, avançava 1%, o Stoxx 600 registrava alta de 0,64% e o FTSE 100, do Reino Unido, ganhava 0,15%.
Com informações da Exame