Retrospectiva econômica 2021

EconomiaFIM DE ANO

Retrospectiva econômica 2021

 Relembre os fatos mais relevantes do ano na economia.

Inflação mais que o dobro do previsto, novas ondas de covid-19, alta nos juros, fim do Bolsa Família, recessão técnica. O ano de 2021 trouxe tantas reviravoltas na economia brasileira e mundial que parecia temporada final de série de sucesso. Mas 2022 vem aí e o ciclo econômico continua, com suas baixas e altas.

É importante ressaltar que mesmo cenários adversos oferecem boas oportunidades para investidores atentos e preparados.

Confira a seguir os fatos que marcaram 2021 na economia mundial e nacional.

No Brasil, na entrada de 2021, o Boletim Focus apontava inflação de 3,32%, crescimento de 3,40% do Produto Interno Bruto (PIB) e Selic em 3% ao ano.

Nos Estados Unidos, Joe Biden, democrata de 78 anos, assumia o cargo como 46º presidente. Ele focou inicialmente em incentivo à vacinação e recuperação econômica após a pandemia de covid-19.

Entrando com altas expectativas, Biden teve a imagem arranhada com a retirada de tropas americanas do Afeganistão, o que culminou em atos violentos do Talibã, e a derrota de candidatos democratas nas eleições locais.

No Brasil, em fevereiro foi sancionada a Lei Complementar 179/2021, que concedeu autonomia ao Banco Central (BC). Assim, presidente e diretoria passaram a ter mandatos fixos, que não coincidem mais com o mandato do presidente do Brasil. Segundo a nova lei, o presidente do BC pode ser reconduzido ao cargo uma única vez.

Em março, o navio Ever Given interrompeu de maneira inusitada o comércio global. Em uma manobra mal sucedida, a embarcação travou o canal de Suez, no Egito, local que é responsável pela passagem de cerca de 12% do comércio mundial em contêineres.

Foram necessários seis dias para liberar o trajeto, o que resultou em prejuízos mundiais de cerca de US$ 10 bilhões de dólares. O Egito estuda, agora, alargar o canal para evitar novos problemas.

Em abril, as cadeias globais de suprimentos passaram a sofrer com a escassez de matérias primas, o que fez empresas multinacionais repensarem cadeias de fornecimento, passando a utilizar técnicas como nearshoring, que busca comprar insumos de fornecedores próximos.

A falta de semicondutores, utilizados nas mais diversas indústrias, como as de veículos e videogames, foi uma das principais causas da inflação mundial em 2021. Há perspectivas de que o fornecimento desses itens possa ser normalizado somente em 2023.

O petróleo recuperou seu preço após queda em 2020 e, somado à diminuição do valor do real, provocou um aumento de cerca de 50% no preço dos combustíveis no Brasil, encarecendo serviços como frete e transporte público e pesando no orçamento das famílias.

Os combustíveis acumularam 38,29% de variação, enquanto a energia elétrica subiu 30,27%, por conta da maior estiagem em 91 anos e da necessidade do acionamento de usinas termelétricas.

O gás de cozinha também aumentou: o botijão de 13 kg subiu 37,86% em 12 meses, elevando o custo de vida.

O Brasil ocupou a 3ª posição entre os países do G20 que mais tiveram elevação no índice de preços. O real foi a 38ª moeda que mais se desvalorizou no mundo.

Em junho, durante a reunião do G7, os líderes das maiores economias mundiais se comprometeram a avançar na adoção de uma taxação mínima de empresas em 15%. Em reunião posterior do G20, outros detalhes do imposto global foram decididos, como sua limitação a empresas com receita anual superior a US$ 870 milhões de dólares. Esse imposto deve ser regulamentado nas legislações dos países participantes durante o ano de 2022.

Por aqui, o Bolsa Família, criado em 2003, chegou ao fim em outubro de 2021. O programa, cujo recebimento era condicionado ao cumprimento de metas como frequência escolar e vacinação, beneficiou 14 milhões de famílias em sua vigência. Um novo projeto foi lançado este ano pelo governo federal, o Auxílio Brasil, que distribui R$ 400 reais mensais por pessoa, de acordo com regras específicas.

O Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic para 9,25%, o maior patamar desde 2017. Economistas preveem uma alta ainda maior em 2022.

A inflação por setor acumulada no IPCA em 12 meses - até novembro - teve as maiores altas em Transportes, com 21,97% e Habitação, com 15,45%. Alimentação e vestuário também castigaram o brasileiro, com alta de 8,90% e 8,72%, respectivamente. O índice fechou o ano em 10,74% e o PIB sofreu sua 11ª queda consecutiva na estimativa, passando de alta de 4,58% para 4,51% na última semana de dezembro.

Na política monetária mundial, o choque da pandemia, somado às dificuldades advindas das últimas décadas, fez com que países da zona do Euro, Japão e Estados Unidos, entre outros, voltassem a executar gastos públicos.

Esforços para mudar a matriz energética, fomentados pela 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, ocorrida em novembro em Glasgow, na Escócia, também contribuíram para novas despesas públicas nos países ricos.

O risco fiscal passou a ser um grave problema em países emergentes, comprometendo a credibilidade de alguns governos.

Aqui no Brasil, o teto de gastos, instituído em 2016 com uma Emenda Constitucional, foi contornado no apagar das luzes de 2021. A PEC dos Precatórios teve o texto original promulgado em duas etapas, nos dias 8 e 16 de dezembro. A emenda constitucional liberou quase R$ 110 bilhões de reais em gastos para 2022 e deve ser a principal mudança nas contas públicas do país no ano que vem. 

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 20 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.moneynownews.com.br/