Semana estratégica para bancos centrais traz cautela aos mercados, com atenção ao discurso de Powell, estímulos chineses e negociações comerciais em Madri
Os mercados iniciaram de forma cautelosa uma semana decisiva para os bancos centrais, com o Federal Reserve dos EUA prestes a realizar seu primeiro corte de juros do ano. A dúvida é se o corte será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.
Com o mercado de trabalho desacelerando e a inflação estável, os investidores buscam sinais do presidente Jerome Powell sobre se esta será a primeira de uma série de reduções. Os contratos futuros precisaram de cerca de 70 pontos-base de cortes até o fim do ano. Os futuros de ações estão positivos ou positivos positivos nesta segunda-feira. O Senado deve votar hoje a indicação de Stephen Miran, assessor da Casa Branca, para o conselho do Fed.
Além do Fed, o Banco do Canadá também deverá cortar juros nesta semana, enquanto o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão deverão manter suas taxas. Dados fracos da economia chinesa, com queda no crescimento do varejo e da indústria, reforçam as expectativas de estímulos fiscais, mantendo os mercados resultantes. O dólar começou a semana melhorando mais fraco, e os rendimentos dos Treasuries de longo prazo subiram.
No cenário global, a Fitch rebaixou a classificação de crédito da França para A+, destacando os desafios fiscais do país. O mercado reagiu com calma, já que a perspectiva foi mantida como estável. Portugal e Espanha tiveram elevações de rating pela Fitch e S&P, respectivamente. Ataques de drones ucranianos à infraestrutura petrolífera russa desenvolvidos para o preço do petróleo.
O índice MSCI Ásia-Pacífico (excluindo Japão) segue perto de máximas de quatro anos, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, bateu novo recorde após a suspensão de um aumento de impostos planejado sobre investimentos. As negociações comerciais entre EUA e China foram retomadas em Madri, e Washington pressionou aliados a taxarem as compras chinesas de petróleo russo. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que um acordo sobre o TikTok está próximo.
Nos EUA, os democratas pediram que o governo pressionasse Pequim para conter uma “superprodução estrutural”. Delegações seguem em Madri discutindo o comércio e o prazo para o desinvestimento chinês no TikTok.
EUA e Reino Unido deverão anunciar acordos em tecnologia e energia nuclear durante visita de Estado do presidente Donald Trump. O Reino Unido busca finalizar tarifas sobre o aço dentro do novo acordo comercial.
No setor de energia, a descoberta de um campo gigante de petróleo pela BP renovou o interesse dos investidores, transmitindo os temores de "ativos encalhados". A China registrou excedente de mais de 1 milhão de barris/dia em agosto, com simultaneidade e produção superando o processamento das refinarias.
Dados de agosto mostraram o menor crescimento em um ano na produção industrial e nas vendas do varejo da China, enviando a Pequim uma ampliação de estímulos para alcançar uma meta de crescimento de cerca de 5%. Os economistas divergem sobre a necessidade de mais apoio fiscal imediato, enquanto os fabricantes aguardam claramente sobre o acordo comercial com os EUA. A demanda interna segue fraca, afetada pelo mercado de trabalho e pela crise imobiliária. O clima também pesou, com calor recorde desde 1961 e a mais longa temporada de chuvas no período, prejudicando a atividade manufatureira.
Com informações da Reuters