Os preços do cacau atingiram novas máximas históricas em Londres e Nova York essa semana, impulsionados pela escassez de oferta nas principais regiões produtoras.

Em Nova York, o cacau ultrapassou US$ 6.000 por tonelada para entrega em março na sexta-feira e atingiu um pico de US$ 6.030, superando sua máxima anterior de US$ 5.379 por tonelada, estabelecida em 1977.

De acordo com dados compilados pela Bloomberg desde 1959, este é o preço mais alto já registrado.

O preço do cacau para entrega em maio em Nova York, o preço mais ativo no momento, também estava em alta recorde.

Em Londres, o preço do cacau, que já havia atingido seu nível mais alto, também estabeleceu uma nova máxima histórica de 4.786 libras por tonelada.

"A atual alta foi impulsionada por um déficit pior do que o esperado para o ano de colheita de 2023-24", explica Ole Hansen, analista do Saxobank. Esta seria a terceira temporada consecutiva com um déficit de oferta.

As nações da África Ocidental, Gana e Costa do Marfim, são os maiores produtores mundiais de commodities.

As fortes chuvas nesses dois países causaram um ano problemático para a safra. Os produtores agora enfrentam novos choques devido ao ressurgimento do fenômeno climático El Niño, que causa secas em algumas áreas e inundações em outras.

Desde o início do ano, o preço do cacau disparou quase 30% em Londres e Nova York, continuando uma escalada que começou em 2023.

"As consequências serão sentidas mais tarde este ano e no próximo, já que os custos do cacau geralmente levam de 6 a 12 meses para chegar aos consumidores de chocolate", diz Hansen.