IA representa "risco existencial" e pode ‘ferir ou matar’ pessoas, diz ex-CEO do Google

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IA representa "risco existencial" e pode ‘ferir ou matar’ pessoas, diz ex-CEO do Google

Segundo Eric Schmidt, governos precisam saber como garantir que a tecnologia não seja "abusiva por pessoas más". 

A ilustração de um robô e algoritmos. Imagem: Gerd Altmann por Pixabay.
Eric Schmidt, que foi CEO do Google de 2001 a 2011, alertou nesta quarta-feira (24), em conversa com a Cúpula do Conselho de CEOs do The Wall Street Journal, em Londres, que a Inteligência Artificial (IA) pode representar "riscos existenciais" e que os governos precisam saber como garantir que a tecnologia não seja "abusiva por pessoas más".

Desde a disseminação de ferramentas como o ChatGPT, chatbot que viralizou no final de 2022, o futuro da IA se tornou um dos principais temas a respeito de tecnologia e regulamentação. De lá para cá, diversas empresas "pegaram o bonde" e lançaram suas versões de robôs de texto inteligentes.

Segundo Schmidt, sua preocupação é que a IA seja um "risco existencial", definido por ele como "muitas, muitas, muitas pessoas feridas ou mortas". O ex-CEO da gigante de tecnologia afirmou que "existem cenários não hoje, mas razoavelmente em breve, nos quais esses sistemas serão capazes de encontrar 'explorações de dia zero' em questões cibernéticas ou descobrir novos tipos de biologia. Agora, isso é ficção, mas o raciocínio provavelmente é verdadeiro. E quando isso acontecer, queremos estar prontos para saber como garantir que essas coisas não sejam mal utilizadas por pessoas más".

Explorações de dia zero 

As "explorações de dia zerosão vulnerabilidades de segurança encontradas por hackers em softwares e sistemas. Segundo a Kaspersky, empresa especializada em cibersegurança, o termo "dia zero" refere-se ao fato de que o fornecedor ou desenvolvedor acabou de conhecer a falha – o que significa que tem "zero dias" para corrigi-la.

Embora Schmidt não tem uma visão clara de como a IA deve ser regulamentada, ele alertou que essa é uma "questão mais ampla para a sociedade". Para ele, no entanto, é improvável que haja tão cedo uma nova agência reguladora nos EUA dedicada à IA.


Schmidt fazia parte da Comissão de Segurança Nacional sobre IA nos EUA, que em 2019 iniciou uma revisão da tecnologia, incluindo uma possível estrutura regulatória. A comissão publicou sua revisão em 2021 - quando alertou que os EUA estavam despreparados para a era da Inteligência Artificial.

Schmidt não está sozinho

O ex-CEO do Google não é a primeira grande figura da tecnologia a alertar sobre os riscos da IA: Sam Altman, CEO da OpenAI - que desenvolveu o ChatGPT -, admitiu em março que tem "um pouco de medo" da inteligência artificial, principalmente a  respeito de seu desenvolvimento e uso por governos autoritários.

O bilionário Elon Musk, proprietário das gigantes Tesla, Twitter, SpaceX e Starlink, disse em 2022 que acredita que a IA representa um dos "maiores riscos" para a civilização.

Sundar Pichai, atual CEO de Google e Alphabet, que recentemente lançou seu próprio chatbot, o Bard, disse que a tecnologia "impactará todos os produtos de todas as empresas" e que a sociedade precisa se preparar para essas mudanças.
 

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Sábado, 18 Mai 2024

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