Febre em Miami, onde há prédios da Aston Martin, Porsche e Fendi, os imóveis assinados por marcas de luxo agora chegam fortemente ao mercado imobiliário brasileiro, segundo reportagem de Ana Luiza Tieghi publicada na Folha de S. Paulo.

Na capital paulista, a incorporadora Gafisa acaba de realizar o pré-lançamento do Tonino Lamborghini Apartments San Paolo, nos Jardins. A identidade da marca aparece nas linhas da fachada e na decoração das áreas comuns, que terão móveis e itens de decoração italianos. Serão 17 unidades de 250 metros quadrados e 96 estúdios de até 34 metros quadrados. O metro quadrado do imóvel custa cerca de R$ 40 mil reais.

Em Porto Alegre, a Cyrela lançou recentemente dois empreendimentos de luxo: o Tree House e o Garden House Porsche Consulting, com consultoria empresarial da fabricante de automóveis. Em São Paulo, a Cyrela está construindo o Milano Lifestyle by Versace Home, em parceria com a Lavvi.

Em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, a partir de dezembro devem ser entregues os apartamentos do Yatchhouse by Pininfarina, da Pasqualotto&GT - parceria com o escritório que desenha os veículos da Ferrari. Mais dois projetos da parceria estão em obras na cidade, o Vitra e o La Città by Pininfarina.

O apelo dos imóveis de luxo

Em entrevista à Folha, a professora do mestrado profissional em comportamento do consumidor da ESPM, Suzane Strehlau, explicou que morar em um empreendimento que leva o nome de uma marca não deve ser considerado algo estranho por quem já consome produtos dessas empresas e usa as logomarcas no dia a dia. "Se elas se sentem bem assim, vão achar interessante também no edifício", afirmou.

Mas Suzane lembrou que o consumidor e morador precisa captar a essência da empresa no projeto. "A ideia é que a imagem da marca seja transmitida no edifício", afirmou a professora, que elencou decoração, serviço e estilo como itens que devem remeter à marca da fachada.

Particularidades dos empreendimentos de luxo

Segundo Alcino Pasqualotto Neto, presidente da construtora catarinense responsável pelo Yatchhouse, em entrevista à Folha, foi preciso produzir bombas de concreto e tubulações específicas para a obra, além de revestimento e outros itens que aumentaram o trabalho da incorporadora e o custo do projeto.

Segundo Neto, a diferenciação e a tentativa de surpreender o comprador é o que move as incorporadoras a se aventurarem nessas parcerias.