O governo dos Estados Unidos autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos por aliados ocidentais para atingir alvos dentro do território russo, segundo reportagem do Wall Street Journal. A medida representa uma escalada no apoio militar norte-americano e aumenta a pressão sobre o Kremlin em meio ao conflito em curso.

A autorização envolve o sistema britânico Storm Shadow, capaz de alcançar até 290 quilômetros de distância. Fontes indicam que a Ucrânia já utilizou o armamento em um ataque realizado na terça-feira (21) contra uma instalação militar na região de Briansk, no oeste da Rússia, destinada à produção de explosivos e combustível para foguetes. O Estado-Maior ucraniano classificou a operação como "bem-sucedida", afirmando que superou as defesas aéreas russas.

O controle da aprovação de ataques com esses mísseis foi transferido do secretário da Guerra, Pete Hegseth, para o general Alexus Grynkewich, comandante das forças norte-americanas na Europa e diretor do Comando Militar da Otan.

A decisão ocorre em um momento de impasse diplomático entre Washington e Moscou. Um encontro entre o presidente Donald Trump e Vladimir Putin, que estava programado para Budapeste, foi suspenso após divergências nas negociações de um cessar-fogo na Ucrânia.

Embora o envio de mísseis Tomahawk (de alcance ainda maior e maior poder destrutivo) não tenha sido autorizado, os Estados Unidos intensificaram a cooperação técnica com Kiev, compartilhando dados de inteligência sobre alvos estratégicos. Analistas americanos avaliam que a medida fortalece a capacidade ucraniana de atingir instalações militares e energéticas russas, aumentando a pressão sobre o governo de Putin.