Programa tira nome de quem deve até R$ 100 da lista de inadimplentes

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Programa tira nome de quem deve até R$ 100 da lista de inadimplentes

Desenrola Brasil divide o público em duas faixas de acordo com renda.

Notas de cem reais. Dívidas não serão perdoadas, mas nome de devedores irá sair do negativo. Medida deve beneficiar quase 1,5 milhão de cidadãos. Foto: Agência Brasil/José Cruz.

O programa de renegociação de dívidas de pessoas físicas, o Desenrola Brasil, prevê que o nome de pessoas que devem até R$ 100 reais deixe de constar da lista de devedores de órgãos de proteção ao crédito. A medida provisória que cria o programa foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Isso não significará, porém, um perdão da dívida. A estimativa é de que 1,46 milhão de pessoas se enquadrem hoje nessa condição.

O programa - promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - divide o público em duas faixas, com aqueles que recebem até dois salários mínimos e devem até R$ 5 mil podendo renegociar e parcelar dívidas em até 60 vezes. A iniciativa pode beneficiar 70 milhões de brasileiros endividados, segundo o Ministério da Fazenda.

Como vai funcionar o Desenrola

A previsão é de que o Desenrola comece em julho, com a abertura do sistema para os credores. Haverá um leilão entre os bancos, e quem der mais desconto irá participar. O programa prevê a divulgação da lista de dívidas passíveis de negociação, a sua situação e o montante do desconto oferecido pelo credor, além do período de renegociação. As operações contratadas no âmbito do programa estarão isentas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo o governo, o beneficiário poderá escolher, entre as instituições habilitadas, em qual pretende pagar ou renegociar a dívida, o que estimularia a competição e a oferta de melhores condições aos devedores. Se o devedor não cumprir sua parte da renegociação, poderá voltar a ficar negativado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o fundo tem R$ 10 bilhões de reais disponíveis para o programa.

Garantia

O governo usará como garantia aos credores os recursos do Fundo de Garantia de Operações (FGO), instrumento criado na pandemia que conta com quase R$ 10 bilhões de reais, caso os devedores não consigam quitar seus compromissos. Os beneficiários terão a oportunidade de fazer um curso de educação financeira.

O Banco do Brasil afirmou que aguarda a regulamentação do Desenrola para aderir ao programa. "O banco vai ampliar, sob o Desenrola, as soluções de renegociação de dívidas disponíveis a todos os nossos clientes." O banco acrescentou que "apoiou o governo federal na concepção e modelagem do Programa Desenrola, em conjunto com as demais instituições financeiras". Dos privados, Santander e Itaú disseram que vão aderir. O Bradesco ainda avalia.

Em linha

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) considera que o desenho do Programa Desenrola, anunciado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e pelo ministro da Fazenda, está em linha com as tratativas feitas nos últimos meses em conjunto com o governo federal. "Quando entrar em operação, os bancos darão sua contribuição para que o Desenrola reduza o número de consumidores negativados e ajude milhões de cidadãos a diminuir suas dívidas", afirmou o presidente da entidade, Isaac Sidney.

Ainda segundo Sidney, a Febraban se envolveu, desde o início, na concepção e na construção do Desenrola, quando, num primeiro momento, a entidade foi procurada pelos então coordenadores do programa de governo (Aloizio Mercadante) e de assuntos jurídicos (Jorge Messias) a fornecer dados e a auxiliar tecnicamente na sua formatação.

A entidade informou que, nos últimos meses, houve interação com Haddad e o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, em várias reuniões, nas quais foram apresentadas propostas que permitiram que o desenho inicial evoluísse para o formato anunciado.

Tecnologia

"O programa envolve milhares de credores e milhões de devedores, e sua configuração exige uma plataforma pela qual transitará grande quantidade de informações e documentos. Essa complexidade exige soluções tecnológicas e digitais de grande porte, que estão em fase final de desenvolvimento", diz a nota da entidade. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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Segunda, 20 Mai 2024

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