Após correções em semicondutores e projeções infladas, investidores questionam sustentabilidade do ciclo de IA
Os mercados globais enfrentaram forte instabilidade na última semana de novembro, à medida que o rali impulsionado por empresas de Inteligência Artificial começou a dar sinais de exaustão. Mesmo após a Nvidia divulgar projeções de receita acima das expectativas, o setor de tecnologia não conseguiu sustentar a recuperação e voltou a recuar, pressionando índices na Ásia, Europa e Estados Unidos.
Segundo reportagens da Reuters e da Bloomberg, cresce o ceticismo dos investidores sobre a capacidade das gigantes de tecnologia de manter o ritmo de crescimento que justificou a disparada de suas ações em 2025. A volatilidade aumentou após uma correção nas empresas de semicondutores e plataformas ligadas à IA, indicando que o mercado pode ter precificado mais otimismo do que fundamentos.
O debate sobre uma possível bolha ganhou força depois que o Banco Central Europeu alertou para valuations considerados "esticados demais", impulsionados pelo medo de ficar de fora de um suposto novo ciclo tecnológico. Ao mesmo tempo, companhias norte-americanas vêm ampliando a emissão de títulos, o que levanta dúvidas sobre a real necessidade de caixa e sobre a sustentabilidade dos investimentos agressivos em infraestrutura de IA.
Embora não haja consenso sobre um eventual estouro, os sinais de desaceleração são claros. Os índices globais caminham para uma das piores semanas desde abril, enquanto investidores reduzem exposição a ativos de risco e buscam proteção diante da combinação de juros elevados, incerteza econômica e um setor que pode ter avançado rápido demais.
Entre traders, o sentimento mudou: a euforia deu lugar à cautela. Parte do mercado agora questiona se as big techs conseguirão transformar seus investimentos bilionários em lucro consistente, ou se o setor passará por uma normalização com correções mais profundas.
Com a volatilidade em alta e a confiança abalada, os próximos balanços corporativos devem se tornar o principal termômetro para medir até onde vai a força, ou a fragilidade, do ciclo de IA que dominou 2025.