Investidores aguardam uma semana importante à frente, quando teremos a última reunião do ano do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Nas últimas cinco semanas, observamos um otimismo generalizado, o que fez com que os índices americanos subissem em média 6%. Indicadores de inflação têm mostrado uma boa desaceleração, retirando um pouco o sentimento de que ela perduraria por um tempo muito maior. Com isso, alguns investidores até especulam que o Fed poderia reduzir as taxas de juros já no primeiro semestre de 2024.

O sentimento também foi impulsionado pelos esforços do banco central para reduzir a inflação, que tiveram mais sucesso do que muitos membros do Fed previam. Os temores dos consumidores em relação à inflação despencaram em dezembro, enquanto o otimismo dos consumidores aumentou, de acordo com a última pesquisa de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, divulgada na sexta-feira.

Na sexta-feira, o Departamento de Emprego dos Estados Unidos divulgou o PAYROLL, e foram criadas 199 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de novembro, mais do que o esperado pelos analistas, mostrando que o mercado continua resiliente.

Durante a reunião de política do Fed na quarta-feira, espera-se que o presidente Jerome Powell mantenha a principal taxa dos fundos federais estável na faixa de 5,25% a 5,5%, onde está desde julho. Espera-se também que Powell reitere seu compromisso de reduzir a inflação em sua conferência de imprensa na quarta-feira. A ferramenta FedWatch do CME Group já indica que os mercados estão precificando uma probabilidade de 45% em março de que o Fed reduzirá as taxas em 0,25 pontos percentuais.

Será que o boom nos índices continuará nos dias restantes de 2023?

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*Alessandro Bam é especialista em macroeconomia da Tradestars.