Dólar sobe e bolsa recua com expectativa de encontro entre Lula e Trump
Investidores acompanham possível reunião na Malásia entre os presidentes do Brasil e dos EUA, que pode influenciar tarifas e relações comerciais
O dólar opera em leve alta nesta terça-feira (21), cotado a R$ 5,3755 por volta das 13h30 (BRT), registrando avanço de 0,09%. O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, cai 0,20%, aos 144.224 pontos. Na véspera, a moeda americana havia recuado 0,63%, cotada a R$ 5,3708, enquanto o Ibovespa subiu 0,77%, fechando aos 144.509 pontos.
O movimento do mercado reflete a atenção dos investidores à expectativa de um encontro reservado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a viagem do brasileiro à Indonésia e à Malásia, para participar da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Caso ocorra, será o primeiro encontro presencial entre os dois desde a imposição de tarifas americanas sobre produtos brasileiros em agosto. A reunião deve abordar a possível revogação dessas tarifas, medidas restritivas contra autoridades brasileiras e a posição dos EUA em relação à Venezuela e à Colômbia.
O Planalto afirma que o encontro depende apenas do alinhamento de agendas, mas vê a reunião como um passo importante para "reorganizar a relação" entre Brasil e Estados Unidos, após meses de tensão. Lula já manteve contatos prévios com Trump, incluindo um telefonema e um breve encontro na ONU.
Além do cenário internacional, o mercado brasileiro acompanha a movimentação política e econômica local. O governo busca uma solução para o Orçamento após o Congresso ter arquivado, no início do mês, a medida provisória sobre a taxação de aplicações financeiras.
No âmbito corporativo, o destaque vai para o pedido de recuperação judicial da Ambipar, empresa de gestão de resíduos, feito na segunda-feira (20) no Rio de Janeiro. A medida, que envolve também empresas do grupo nos EUA, foi motivada por falta de caixa e pelo risco de quitação antecipada de dívidas bilionárias. Irregularidades em operações financeiras realizadas pela antiga diretoria e a saída do ex-diretor financeiro João de Arruda agravaram a situação. A crise afetou ainda Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e gerou incerteza entre investidores, apesar de a empresa ter conseguido liminar para suspender temporariamente cobranças do Deutsche Bank.
No exterior, investidores monitoram discursos de dirigentes de bancos centrais. Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), falará em evento nesta manhã (BRT), enquanto o membro do conselho do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, terá dois compromissos de fala, às 10h e às 16h30 (BRT).
Com informações de Reuters
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