Acordo no Senado pode encerrar nessa semana a maior paralisação da história dos EUA
Texto aprovado no domingo retoma o financiamento do governo até janeiro e busca conter o impacto econômico e social do impasse político liderado por Donald Trump
A paralisação do governo norte-americano pode chegar ao fim ainda nesta semana, após o Senado dos Estados Unidos avançar com um acordo que retoma o financiamento federal. A proposta, aprovada em uma votação preliminar na noite de domingo (9), abre caminho para encerrar o impasse que já dura mais de um mês, o mais longo da história do país.
O acordo prevê a restauração dos recursos para as agências federais cujo orçamento expirou em 1º de outubro, o que deve aliviar o impacto sobre milhões de americanos. Famílias de baixa renda que tiveram o auxílio alimentar suspenso, servidores públicos sem pagamento há semanas e passageiros afetados por milhares de voos cancelados devem ser os principais beneficiados.
Se aprovado em definitivo, o projeto manterá o governo financiado até 30 de janeiro de 2026, mantendo a trajetória atual de endividamento, um aumento de cerca de US$ 1,8 trilhão por ano, sobre uma dívida já acumulada de US$ 38 trilhões.
Embora o Partido Republicano, liderado pelo presidente Donald Trump, detenha a maioria no Congresso, os democratas conseguiram condicionar a aprovação de grande parte das leis à obtenção de 60 votos no Senado. Isso foi usado como estratégia para tentar prorrogar os subsídios de seguro saúde para 24 milhões de americanos, que expiram no fim do ano. O novo acordo prevê que essa votação ocorra em dezembro.
A aprovação do texto contou com o voto favorável de oito senadores democratas moderados, o que gerou críticas internas. Muitos integrantes do partido afirmaram que o acordo não garante avanços reais na reforma da saúde.
"Gostaríamos de ter conseguido mais", afirmou o senador Dick Durbin, de Illinois, segundo na liderança democrata no Senado. "A paralisação parecia uma oportunidade para promover políticas melhores. Não funcionou."
Uma pesquisa Reuters/Ipsos feita no fim de outubro indicou que 50% dos americanos responsabilizam os republicanos pela paralisação, enquanto 43% culpam os democratas.
As bolsas norte-americanas reagiram positivamente nesta segunda-feira (10), com alta generalizada das ações após a divulgação das notícias sobre o avanço do acordo.
Com informações de Reuters
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