Nesta quarta-feira (27), a Gazprom, estatal de energia russa, cortou a distribuição de gás à Bulgária e à Polônia, já que ambos países deixaram de pagar pelo combustível em rublos.

A maior empresa de gás natural do mundo também fez uma ameaça; se a Bulgária e a Polônia tentarem obter o gás ilegalmente por meio dos oleodutos que também abastecem a Alemanha, Sérvia e a Hungria, os demais países envolvidos também serão cortados do fornecimento de gás da estatal.

A medida tomada pela Gazprom foi definida como uma "chantagem" pelo presidente do órgão executivo da União Europeia (UE). Segundo o presidente, o bloco está trabalhando em uma resposta à atitude da estatal de energia russa.

De acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "o anúncio da Gazprom de que está interrompendo unilateralmente a entrega de gás a clientes na Europa é mais uma tentativa da Rússia de usar o gás como instrumento de chantagem".

Von der Leyen também expressou seu descontentamento diante da situação em um comunicado: "isso é injustificado e inaceitável. E mostra mais uma vez a falta de confiabilidade da Rússia como fornecedora de gás".

Segundo a presidente da Comissão Europeia, a UE está preparada para as adversidades e continuará realizando seu trabalho a fim de garantir outras formas de fornecer e preencher o armazenamento de gás na Europa.

Com o armazenamento de gás 32% preenchido, a UE deixou claro a regra de que todos os países devem ter um planejamento de contingência, para o caso da ocorrência de escassez em sua região.

Governo russo

O Kremlin (governo russo) negou todas as acusações em uma teleconferência: "Isso não é chantagem", disse o porta-voz, Dmitry Peskov.

"A necessidade das condições que foram documentadas no decreto do presidente (Putin), ou seja, o novo método de pagamento, foi causada por medidas hostis sem precedentes na economia e no setor financeiro tomadas contra nós por países hostis" justificou Peskov aos repórteres.

Segundo o porta-voz do governo russo, a mudança na forma de pagamento pelo fornecimento de gás da estatal ocorreu devido às restrições impostas à Rússia. "Tivemos uma quantidade significativa de nossas reservas bloqueadas, ou 'roubadas', para simplificar. Tudo isso exigiu uma transição para um novo sistema de pagamento", completou Peskov.

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