Tic tac tic tac... US$ 315 trilhões é o tamanho da bomba

Tic tac tic tac... US$ 315 trilhões é o tamanho da bomba

 Os mercados financeiros mundiais ignoraram o aumento recorde nos níveis de dívida global

O aumento da dívida global é uma preocupação enorme para a economia. Os déficits públicos não são reservas para o setor privado nem uma ferramenta para o crescimento. Uma dívida pública inflada é um fardo para a economia, pois faz a produtividade estagnar, eleva os impostos e dificulta o financiamento para o setor privado. A cada ano que passa, a cifra da dívida global sobe, os fardos se tornam mais pesados e os riscos se tornam maiores. Os mercados financeiros mundiais ignoraram o aumento recorde nos níveis de dívida global, atingindo uma marca impressionante de US$ 313 trilhões em 2023, o que representou mais um marco preocupante.

De acordo com as projeções do Congressional Budget Office (CBO), o déficit dos Estados Unidos variará nos próximos quatro anos, com uma média de incríveis 5,8% do PIB, sem sequer considerar uma recessão. Até 2033, ainda esperam um déficit do orçamento do PIB de 6,9%. Não é surpresa que a economia, mesmo usando cenários otimistas, estagne e mostre um nível de crescimento real do PIB de 1,8% entre 2028 e 2033, 33% menos do que o período de 2026 a 2027, que já é 25% menor do que a média histórica.

Alguns analistas dizem que todo esse problema pode ser resolvido aumentando os impostos, mas a realidade mostra que não há medida de receita que preencha um buraco financeiro anual de US$ 2 trilhões com receitas adicionais anuais. Isso, é claro, vem com um cenário otimista de ausência de recessão ou impacto econômico de uma carga tributária mais alta. Os déficits sempre são um problema de gastos.

Os cidadãos são levados a acreditar que o menor crescimento, a queda dos salários reais e a inflação persistente são fatores externos que nada têm a ver com os governos, mas isso está incorreto. O gasto deficitário é imprimir dinheiro, e isso erode o poder de compra da moeda enquanto destrói as oportunidades para o setor privado investir. Todo o ônus de impostos mais altos e inflação recai sobre a classe média e as pequenas empresas.

Os mercados nunca reagem aos riscos crescentes até que a realidade se manifeste. O risco se acumula lentamente, mas acontece rapidamente. É por isso que os governos se sentem tão confortáveis em adicionar mais dívida pública. Os políticos pensam que os mercados em alta e os baixos rendimentos dos títulos são uma validação de suas políticas, e mesmo quando os gastos com juros aumentam para níveis alarmantes, eles simplesmente repassam o fardo para a próxima administração. O resultado? Erosão do crescimento potencial, produtividade mais fraca e destruição da classe média através de impostos mais altos e inflação persistente.

As crises de dívida acontecem, e os governos nunca prestam atenção aos riscos porque não pagam pelas consequências. Além disso, quando uma crise de dívida acontece, a maioria dos governos culpam os "mercados" e os vendedores a descoberto.

Os dados mais recentes do Institute of International Finance (IIF) mostram que a perigosa tendência de aumento da dívida acelerou. Um aumento de US$ 15 trilhões na dívida ao longo de um único ano destacou o ritmo alarmante com que o fardo da dívida estava se escalando. Para colocar essa cifra em perspectiva, vale ressaltar que apenas uma década atrás, o total da dívida global era comparativamente modesto, de US$ 210 trilhões - um lembrete contundente da trajetória de crescimento exponencial que a dívida embarcou.

As economias em desenvolvimento estão liderando o caminho desta ofensiva da dívida, com razões dívida-PIB atingindo alturas sem precedentes. Os mercados emergentes estão seguindo a tendência das nações desenvolvidas, adicionando desafios e vulnerabilidades estruturais à medida que a acumulação de dívida leva à destruição da moeda local e à diminuição da confiança nos sistemas monetários domésticos. Reconhece em algum vizinho nosso?
 

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Quinta, 09 Mai 2024

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